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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor


Fichamento 1

VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de Almeida. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação n.1, setembro de 1997. p. 45-60.



O artigo nos trás os principais marcos no desenvolvimento da Informática na Educação nos Estados Unidos da América e na França. Considerando que o Programa Brasileiro de Informática na Educação foi influenciado pelo que foi realizado em Informática na Educação nesses países e, portanto, a discussão dessas realizações cria um contexto bastante importante para entender o Programa Brasileiro. 
São discutidas as bases para a Informática na Educação no Brasil de forma resumida e há uma discussão mais aprofunda nas questões da formação do professor e dos avanços tecnológicos de acordo com as exigências e peculiaridades do Programa Brasileiro.


“A Informática na Educação no Brasil nasce a partir do interesse de educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como nos Estados Unidos da América e na França. “(p. ). 

“Mesmo nos países como Estados Unidos e França, locais onde houve uma grande proliferação de computadores nas escolas e um grande avanço tecnológico, as mudanças são quase inexistentes do ponto de vista pedagógico.” (p. )

“Nos Estados Unidos, o uso de computadores na educação é completamente descentralizado e independente das decisões governamentais. O uso do computador nas escolas é pressionado pelo desenvolvimento tecnológico e pela competição estabelecida pelo livre mercado das empresas que produzem software, das universidades e das escolas. As mudanças de ordem tecnológica são fantásticas e palpáveis mas não têm correspondência com as mudanças pedagógicas.” (p.)
“Segundo Ahl (1977), a tecnologia existente nas escolas americanas era a do giz e quadro-negro. O número de escolas que usavam computadores como recurso educacional era muito pequeno. Por outro lado, as universidades já dispunham de muitas experiências sobre o uso do computador na educação” (p.)

“O aparecimento dos microcomputadores, principalmente o Apple, no início dos anos 80 permitiu uma grande disseminação dos microcomputadores nas escolas. Essa conquista incentivou uma enorme produção e diversificação de CAIs, como tutoriais, programas de demonstração, exercício-e-prática, avaliação do aprendizado, jogos educacionais e simulação.” ( p. )

“Hoje o computador passou a fazer parte da lista de material que o aluno de graduação deve adquirir e o seu uso se tornou rotineiro em praticamente todas as atividades desde a produção de documentos, uso em sala de aula e em laboratório, consulta à banco de dados, comunicação entre alunos e aluno-professor e desenvolvimento das disciplinas. Isso significa que o aluno sai da universidade com um bom conhecimento sobre o uso da informática. Porém o processo pedagógico envolvido no preparo do aluno de graduação ainda não sofreu mudanças profundas e enfatiza-se basicamente a transmissão de informação.”


Concordo que, assim como a presença dos microcomputadores permitiu a divulgação de novas modalidades de uso do computador na educação como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na produção de textos, manipulação de banco de dados e controle de processos em tempo real, atualmente temos a mesma intenção. A começar pelo Logo, que era, primariamente restrito apenas á universidades e depois tornou-se “popular”, mesmo com o potencial ao sucesso, autores acreditam que, este, não obteve sucesso devido a falta de preparação dos professores para trabalhar com ele. Atualmente enfrentamos a mesma realidade. Diversos programas desenvolvidos á área da educação, porém, muitos educadores não sabem aplica-lo a sua realidade.

Segundo o autor, alguns críticos argumentam que a exploração da rede, em alguns casos, deixa os alunos sem referência, com sensação de estarem perdidos ao invés de serem auxiliados no processo de organizar e digerir a informação disponível. Acredito que, deixar o aluno livre na rede é muito perigoso, principalmente se estamos falando de alunos dos primeiros e segundo graus. O apoio docente neste caso é de extrema utilidade. Se o professor proporcionar aos seus alunos uma formação crítica e embasada, será mais fácil para o aluno lidar com a diversidade que é oferecida na rede e com o conhecimento que é discutido em sala de aula. Assim este aluno estará com a ‘faca e o queijo’ nas mãos.

Considerando que, atualmente, o computador passou a fazer parte da lista de material que o aluno de graduação deve adquirir e o seu uso se tornou rotineiro em praticamente todas as atividades, é preciso refletir este uso. Creio que não basta saber usar para saber ensinar a outros. O fato de utilizarmos computadores com frequência na universidade se não utilizamos da maneira correta. Com certeza o mau uso desse equipamento poderá refletir na prática em sala de aula. Temos como exemplo a formação dos professores nos Estados Unidos que foi diferente da formação na França. A diferença é que nos EUA os professores aprenderam na prática e no cotidiano na sala de aula.

Mesmo com tanto investimento, ao ler o texto percebe-se que a introdução de computadores nas escolas, não tido muito sucesso. Mesmo com o livre mercado nos EUA ou com extremo planejamento no aso da França. As práticas pedagógicas são muitas, porém as inovadoras permitem que haja uma estrutura flexível, dinâmica e que seja bem articulada.

O papel do professor se destaca: sendo ele, não somente um “executor’, do projeto, mas sim um colaborador e parceiro em todo o trabalho e processo. É necessário que haja uma formação de qualidade a estes profissionais da educação, sendo assim poderão desenvolver e avaliar os resultados e o processo destes projetos. Essa formação deverá ter como objetivo mostrar ao professor de que maneira ele possa integrar o uso do equipamento em sua prática pedagógica e que seja capaz de administrá-la.

Existem, nos três países, ações de trabalhos interdisciplinares que começam a ocupar um espaço fundamental nas práticas escolares. No caso da França, apesar de fortemente centralizadora e interessada, não é possível dizer que houve sucesso ou fracasso. “Também não se pode afirmar que as leis criativas do mercado, como no caso dos Estados Unidos, tenham impelido a escola para superarem os fechamentos de seus muros e de suas velhas tradições”.

Apesar de influenciados por outros países na introdução da informática, o nosso caminho foi diferente. No nosso caso, houve aproveitamento do que deu certo e o descarte do que deu de errado nas inserções em outros países. Chegou-se a conclusão, segundo o texto que, o Brasil só não possui maior sucesso pelos seguintes motivos: falta de equipamentos nas escolas, formação deficiente aos professores e os avanços tecnológicos. O fato de, a cada dia, haver, cada vez com mais rapidez, os avanços nas tecnologias, o professor sente-se, sempre, no nível de principiante.

Falando do Programa Brasileiro de Informática em Educação, considera-se que o fato de obter o computador como recurso é fator de mudança no processo de ensino e aprendizagem. A construção em detrimento da instrução é valorizada neste programa. O computador, nesta perspectiva é entendido como uma nova maneira de visualizar o conhecimento. Objetiva-se praticar uma integralização do conteúdo e com isso criar condições para que o educador contextualize suas aprendizagens e ás aplique de maneira a atender as demandas de seus alunos em sala de aula.


Diante da problemática que surge com a demanda deste novo professor e destas novas tecnologias, pergunto-me de que maneira seria possível lidar com a diversidade de modelos de formação dos professores e mesmo assim, atingir o objetivo maior que é saber trabalhar com as tecnologias de maneira eficiente e relevante com os alunos?
Seria possível pensar em um programa que fosse de constante atualização do educador? De que maneira isso poderia ocorrer?

NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA: MELHORIA DO ENSINO OU INOVAÇÃO CONSERVADORA? Paulo Gileno CYSNEIROS

Fichamento II

NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA: MELHORIA DO ENSINO OU INOVAÇÃO CONSERVADORA?
Paulo Gileno CYSNEIROS


O texto trás uma reflexão acerca do uso das novas tecnologias da informação que são utilizadas em sala de aula. Inicialmente o autor coloca de maneira superficial a realidade de algumas escolas nos estados do norte e nordeste e nas regiões rurais. Mostra algumas das dificuldades encontradas pelos professores que se deparam com salas quentes, mobílias velhas, violências, pobreza entre outros. Destaca, também, que em meio a tantas adversidades muitos professores enfrentam com criatividade suas realidades. Novas tecnologias e as dificuldades enfrentadas entre as gerações.



“Penso na realidade cotidiana de grande parte das escolas públicas do nosso país e mesmo da América Latina. São as escolas onde situo minha experiência, nos estados do norte e nordeste e nas regiões rurais, que ainda sofrem de males consideráveis. São escolas que servem a comunidades carentes que nem sempre as consideram como suas e que não dispõem do recurso tecnológico mais fundamental que é uma biblioteca atualizada razoável.” (p. 11).
“Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional.” (p.12)
“Sua principal conclusão é que o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola.” ( p.13)



“Poema de uma professora: “Antiquado”, que ilustra bem o sentimento do educador que se sente ultrapassado pelo discurso das maravilhas de novas tecnologias na educação:
O Senhor Edison nos diz
Que o rádio superará o professor.
Já se pode aprender línguas pela Victrola
E o filme dará movimento
Àquilo que o rádio não conseguir.
Professores passarão
Como passaram carros de bombeiro a cavalo
E damas de cabelos longos.
Talvez eles sejam mostrados em museus
E educação será um pressionar de botões.
Oxalá haja lugar para mim no painel de controle.”


“Nossa experiência da realidade é transformada quando usamos instrumentos {Ser Humano > (máquina) > Mundo}. Através do instrumento há uma seleção de determinados aspectos da realidade, com ampliações e reduções. A amplificação é o aspecto mais saliente e pode nos deixar impressionados, maravilhados, ao experimentarmos coisas (ou aspectos de objetos conhecidos) que não conhecíamos antes, com nossos sentidos nus. A redução, ao contrário, é recessiva e pode passar despercebida, uma vez que não ocupa necessariamente nossa consciência, impressionada com o novo.”


De acordo com Cysneiros (1990) muitas escolas espalhadas pelos estados do norte e nordeste e nas regiões rurais sofrem com a precarização da escola pública. Muitas escolas públicas não tem estrutura física favorável ao processo de ensino aprendizagem. Destaca que apesar de existirem professores que se utilizam da criatividade para vencer as barreiras cotidianas, muitos sofrem com depressão e outras várias doenças devido a sua desvalorização, baixos salários e baixa qualidade na estrutura.

Acredito que o autor faz bem ao citar os bons exemplos mesmo com a crítica colocada pois demonstra que apesar das muitas dificuldades ainda existem profissionais da educação que se preocupam com a educação e que trabalham em função dela com qualidade.

Quanto às novas tecnologias da informação aplicadas a educação interessa-nos citar Larry Cuban, professor de educação da Stanford University, que Cuban estudou a introdução do rádio, filme, TV e computador em escolas norte-americanas. A conclusão que Cuban chegou é que os artefatos tecnológicos usados nas escolas não tem tido muito sucesso levando em consideração a falta de preparo dos professores, a falta de recursos das escolas, a burocracia enfrentada e a utilização de equipamentos que são inadequados.

Entendo e concordo quando Cuban quando atribui o insucesso a vários sujeitos pois, costuma-se atribuir o insucesso ao professor, sempre. Esquecem, muitas vezes, que o professor é um profissional da educação e não um sujeito de ‘ grande coração’ que independente de seu salário entrega todas as suas forças e recursos próprios para investir na educação, que vale a pena lembrar: é responsabilidade, também, do estado.

Alguns pontos relevantes colocados pelo autor envolve o sentimento do professor em relação ás novas tecnologias, onde vê-se ultrapassado devido a criação e renovação destas tecnologias. Acesso de todos os alunos aos materiais educacionais independente de sua classe social.

Quanto as inovações conservadoras interessa-nos mencionar o fato de que muitos professores se veem diante as novas tecnologias e muitas vezes não conseguem acompanhá-las devido a vários fatores como: falta de tempo, devido a longa jornada de trabalho; falta de recursos, etc. Não adianta colocar equipamentos novos nas escolas se não há quem os manipule de maneira correta e que saiba utilizá-lo no processo de ensino aprendizagem. Muitos cursos são caros e não oferecem o que já foi discutido na disciplina: o uso da tecnologia na educação.

O uso da tecnologia pode ter vários desdobramentos no sujeito e no sistema na qual está inserido. Ela não é neutra. O contato com a mesma poderá proporcionar a aquisição de novos conhecimentos. Por isso, deve-se levar em consideração a importância na utilização dos mesmo de maneira que acrescente positivamente no processo de ensino-aprendizagem.

Diante das inovações tecnológicas percebe-se que existe um grande conflito entre as gerações quanto ao uso das tecnologias. Um exemplo citado no texto revela a utilização de papel (material) e a utilização do meio eletrônico para a mesma função: escrita. Entendo que as gerações que nos antecedem tem de compreender que vivemos em uma outra realidade e as gerações que as sucedem devem compreender e serem flexíveis para que os saberes possam ser comentados, compartilhados no ambiente educacional.


Diante da multiplicidade de usos da tecnologia da informação na educação, de que maneira poderia ser interessante trabalhar em sala de aula os usos relevantes para a formação do educando?
Visto que, atualmente, as tecnologias se renovam a cada dia, de que maneira seria possível viabilizar a todos os educadores programas de atualização?
O que devemos levar em consideração na utilização das novas tecnologias vai muito além de novas máquinas, o maior objetivo a ser atingido é a melhoria no ensino, respeitando as gerações e proporcionar um espaço de discussão entre elas.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tablets em sala de aula

"O professor entra na sala de aula, cumprimenta os alunos e projeta via Datashow um conteúdo extraído da internet. Nas carteiras, os alunos não têm livros, cadernos ou canetas: apenas um tablet, no qual acessam a informação em tempo real, fazem anotações e marcam o capítulo do livro para leitura na aula seguinte."

A mochila que antes, e ainda em sua maioria, eram pesadas e cheias de livros... pastas e um caderno por matéria, dá lugar a um único instrumento: leve e acessível.

Como o mundo muda.... O aluno que, antes, era barrado ou punido por não levar cadernos... livros... caneta ou lápis.. agora tem um único material em mãos...


Assista:

As crianças e a tecnologia

Temos que admitir que a tecnologia avançou de maneira significativa e tem mudado completamente a vida das pessoas nos últimos 30 anos. 
As crianças entram em contato com dezenas de aparelhos e sistemas que se atualizam diariamente. Muitas destas crianças, mesmo antes de começarem a falar, já mexem no celular.

Foi realizada uma pesquisa em uma empresa da Inglaterra de segurança na internet. Esta pesquisa mostrou que, de dez crianças menores de cinco anos, apenas uma sabe amarrar os sapatos, mas sete sabem usar o mouse. Este quadro mostra uma realidade incontrolável do ponto de vista dos pais que não têm como barrar esta exposição das crianças às novidades tecnológicas.

O questionamento sugerido é: O que fazer para que as crianças tenham uma relação saudável com a tecnologia? 
Acredito que a melhor forma é mostrar aos pequenos a importância de conviver com as novidades tecnológicas, porém mostrar que não devem se tornar escravos dela. Mas o essencial é que os pais implantem, dentro da educação e dos costumes que transmitem aos seus filhos, noções de como viver em um mundo tecnológico, e também aproveitar as coisas mais simples.
A escola com enfoque tradicional ainda não está inserida comletamente neste assunto, muitos professores não sabem como trabalhar estas novas tecnologias dentro de sala de aula. Por isso, seria interessante que houvessem cursos que envolvessem alunos e professores, dentro da grade curricular, voltado a este tema. 
Tudo que nos envolve hoje tem alguma tecnologia embutida, e não apenas nas coisas relacionadas a computadores. Os transportes são a tecnologia viva em nossa vida, por exemplo.  A eletricidade e tudo que ela torna possível também é tecnologia. Usá-la corretamente traz benefícios a nós, tornando mais rápidas a realização de algumas tarefas, como cozinhar em um forno microondas ou usar um aspirador de pó. Além disso, o uso consciente colabora com a preservação do meio ambiente. 
Pequenos detalhes  podem permitir o contato das crianças com a tecnologia. Estimular o pensamento crítico acerca da utilização destas tecnologias é o caminho correto para inserir essas crianças no mundo tecnológico sem que elas sejam alienadas pelo mesmo. O trabalho com os pais, em casa, também é fundamental para a educação "tecnológica" dessa nova geração.